sábado, 28 de agosto de 2010

silence .





E cá estou eu, mais uma vez sem dormir a ouvir tudo o que se passa, já é tarde e então digo que não dá mais, que vou dormir, e ai fazes-me prometer que irei ter contigo de manha bem cedo e não fui capaz de dizer "não", e talvez seja esse o meu maior defeito, prometi estar a porta de tua casa cedinho e despedi-me de ti como faço sempre.

Demorei imenso tempo a adormecer, não conseguia deixar de me lembrar de ti e que por aquela altura estavas sentado ao computador a ouvir musicas deprimentes, que estavas deitado na cama a olhar para o tecto ou que até estivesses à janela a olhar as estrelas, que era o que eu fazia, lembrei-me que estavas a sofrer e então liguei-te, perguntei como estavas mas o silencio falou mais alto do que qualquer outra palavra que tenhas dito e para mim a maior vitoria foi o simples facto de teres atendido, disse-te que agora que te ouvi estava mais descansada e agora sim ia dormir se não nunca mais iria ter forças para ir ter contigo.
No dia seguinte acordei mesmo muito cedo, arranjei-me e meti-me a caminho de tua casa, mal cheguei abraçaste-me com toda a tua força e não me falas-te em nada, limitaste-te a ficar deitado nas minhas pernas, com uma musica muito baixa e mais uma vez o silencio disse tudo, bem alto e mais claro que outra palavra.
Desde esse dia passei a amar mais e mais a noite, pelo seu silencio, passei a estar horas a fio sentada na varanda simplesmente a olhar o céu, a ver as estrelas e as vezes até me caia uma lágrima ou duas e mais uma vez comprovei que é no silencio que se ouve o maior grito da alma.

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